vai-vem mareta
2022
Em minha pesquisa de mestrado, busquei aprender as ciências dos espaços em companhia dos seres que os habitam, a partir das alianças multiespécies que tornam possíveis diferentes modos de criar mundos no Sertão. Num contexto de colapso climático, extinções em massa e agravamento das violências históricas contra territórios, gentes, bichos e plantas do campo, da floresta e das águas, caminhei junto ao rio Peruaçu, afluente do São Francisco, no norte de Minas Gerais, trabalhando em dois caminhos: escuta, transcrição e edição de comunicações orais como importante meio de estudo e aprofundamento teórico; e pesquisa compartilhada com interlocutoras do Vale do Peruaçu. A escrita se estrutura por meio de caminhadas com os seres-rio, no intuito de gerar um texto polifônico e que seja forma de fazer circular a pesquisa no território onde se dá.